“Ir a Fernando de Noronha e não mergulhar é como ir a Roma e não ver o Papa.” Quem já visitou a ilha, ou teve a chance de conversar com os privilegiados habitantes do arquipélago pernambucano, certamente já ouviu essa frase. Não poderia ser diferente, uma vez que o mergulho é um dos principais apelos turísticos de Noronha – e isso não é pouco, já que estamos falando do destino que constantemente emplaca alguma de suas praias em rankings das mais bonitas do mundo. O arquipélago fica a 545 quilômetros de Recife e é formado por 21 ilhas e ilhotas.
Com território dividido em Parque Nacional Marinho (dois terços do arquipélago) e Área de Proteção Ambiental (porção habitada), Noronha é Patrimônio Mundial Natural da Humanidade desde 2001. Foram as “excepcionais condições ambientais”, segundo a Unesco, que deram o título ao arquipélago. Essas condições são traduzidas na farta vida marinha, com peixes, esponjas, algas, moluscos, corais e tartarugas, que, somadas à temperatura média da água de 26°C e à visibilidade de 50 metros horizontal transformaram o destino em um dos mais procurados para mergulho aqui no Brasil.
Segundo a Associação Noronhense de Empresas de Mergulho Autônomo (Anema), cerca de 40 mil mergulhos são realizados anualmente no arquipélago. Para garantir a segurança dos mergulhadores, em dezembro de 2015 a associação inaugurou, em parceria com a Administração de Fernando de Noronha, uma câmara hiperbárica, equipamento utilizado em doenças de descompressão.
Mergulhando
Há pontos de mergulho no Mar de Dentro e no Mar de Fora (parte do Oceano Atlântico voltada para a África). Entre os mais conhecidos do Mar de Dentro estão a Laje Dois Irmãos, com profundidade média de 23 metros, o cargueiro grego Eleni Esthatos, naufragado na década de 1920, muito próximo à costa, e a Cabeça da Sapata, paredão que vai até a superfície, com o qual a Corveta Ipiranga colidiu em 1983. Esse é considerado um dos mais bem preservados naufrágios do Brasil, a 64 metros, e os mergulhadores descem a até cerca de 50 metros.
No Mar de Fora, a Atalaia é um dos pontos mais conhecidos, onde com snorkel já é possível visualizar a rica fauna marinha. A Cabeça Submarina é outro ponto muito procurado, com tocas e grandes peixes, e profundidade média de 25 metros. Outros pontos de mergulho no arquipélago são as Cagarras, costão rochoso com profundidade de até 30 metros, o Buraco do Inferno, com formações rochosas e profundidade de até 25 metros, e a Ilha do Frade, ideal para quem procura tartarugas.
Quem não mergulha
Em Fernando de Noronha, a melhor dica para quem não mergulha é começar a mergulhar! É possível fazer o batismo submarino, descendo com instrutor de mergulho a profundidade de 12 metros. Mas, se mergulhar não é mesmo a vontade de quem viaja para o arquipélago, as opções vão além da exploração das muitas e lindas praias de Noronha e incluem visitas ao Forte de Nossa Senhora dos Remédios e o Fortim da Praia de Atalaia, ao mirante para o Morro Dois Irmãos, passeio de barco e observação dos golfinhos rotadores e muitas trilhas. Na área do Parque Nacional Marinho, há cinco trilhas demarcadas, sendo a do Farol a mais difícil delas, íngreme e longa. Na Área de Proteção Ambiental (APA), há outras duas trilhas, a do Jardim Elizabeth e da Costa Azul. É só escolher.